terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país

Essa interessante reportagem da Caros Amigos expõe a ferida desta modalidade de ensino no Brasil. Os principais questionamentos são a baixa qualidade do ensino oficial, a utilização oportunista de Instituições de Ensino particulares para aumentarem seu lucro com base na exploração do equacionamento pouca oferta - lucro - precarização do trabalho, e a perspectiva (precária, ressalto) de empregabilidade para uma população com déficit em sua escolarização básica e com poucas oportunidades de acesso a uma educação de qualidade.
Mesmo Instituições de notória excelência como UnB, USP, UERJ, UFJF, aderiram a este modelo de ensino, arcando com as consequências acadêmicas e críticas ao trabalho desenvolvido. É oportuno o momento para elevarmos o debate deste modelo de ensino para qualificá-lo como um instrumento de superação social, o qual se consolidará através de reformas programáticas efetivas aliados a controle institucional honesto e controle social efetivo.

Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país
os grifos são meus.

A maioria dos alunos que cursam essa modalidade de ensino é constituída por pessoas com baixo poder aquisitivo

Por Lúcia Rodrigues

Um em cada cinco estudantes universitários brasileiros está matriculado em cursos de Educação a distância (EAD) no país. A nova modalidade educacional surgiu no final da década de 1990, mas foi nos anos 2000 que esse formato de curso ganhou projeção.

O número de vagas oferecidas por empresas educacionais aumentou exponencialmente nesse período. Em 2000 eram 5.287 alunos matriculados em graduações a distância, em 2009 o total de universitários inscritos saltou para 838.125.

O último dado oficial sobre o número de alunos matriculados nesse tipo de formato é o do Censo da Educação Superior de 2009. Mas a rapidez com que os cursos de educação a distância se dinamizaram no país leva a crer que, hoje, a cifra já ultrapassou a casa de um milhão de estudantes matriculados em graduações oferecidas nessa modalidade.

Aparentemente democrática por ampliar o acesso à educação superior para um maior número de estudantes, a medida embute, na verdade, um forte componente ideológico. Cria no estudante a ilusão de que a qualificação garantirá o exercício pleno da profissão escolhida. 
Mascara a ausência de políticas efetivas dos governos federal e estaduais para suprir em quantidade satisfatória a falta de vagas presenciais em instituições públicas do país. Escamoteia o problema central e desencadeia outro seríssimo ao facilitar o rebaixamento na qualidade do ensino dos cursos oferecidos a distância.

Na verdade, o ensino a distância foi o formato encontrado pelos governantes para diplomar pobres em massa e responder as metas educacionais impostas por organismos internacionais como o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, a OMC. 
Por isso, a garantia da qualidade dos cursos de graduação a distância não é a preocupação central desses dirigentes. Ao invés de investirem pesadamente na expansão de vagas em instituições públicas presenciais, enaltecem o “caráter democrático” desse modelo educacional que permite a um número expressivo de estudantes cursarem uma faculdade privada a distância.

“Conseguiram grudar a ideia de que o ensino a distância equivale à democratização do acesso. Além disso, rotulam quem questiona esse tipo de curso, como retrógrado”, ressalta César Augusto Minto, vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, a Adusp, e professor da Faculdade de Educação da USP, ao se referir à postura dos dirigentes governamentais e dos donos das empresas educacionais que disponibilizam graduações a distância. Segundo o docente, é difícil se contrapor a essa façanha ideológica que vendeu a ideia de que a democratização do ensino passa pela educação a distância.

Esses cursos foram introduzidos no país pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Mas a administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a iniciativa e a ampliou. Em 2002, eram 40.714 matrículas; em 2006, o número havia pulado para 207.206, dois anos depois, em 2008, o total de estudantes matriculados chegou a 727.961. Embora se saiba que a administração da presidente Dilma Rousseff deu continuidade a essa medida, os números oficiais a respeito ainda não foram publicizados.

Péssima qualidade 

O Censo da Educação Superior de 2009 aponta que, naquele ano, o Ministério da Educação reconhecia 844 cursos de graduação a distância no país distribuídos em 5.904 polos de apoio presencial. Duzentas e vinte e duas instituições estavam credenciadas junto ao MEC para oferecer cursos de Educação a distância. A maioria esmagadora dessas instituições é privada e está concentrada nas regiões sul e sudeste.

Os críticos do modelo consideram esse formato uma mina de ouro para os donos das faculdades, que conseguem aumentar ainda mais seus lucros. “Esses cursos têm forte teor mercadológico. Por isso, não se preocupam com a qualidade do ensino. As empresas tinham esgotado a capacidade de ampliar seus lucros e resolveram apostar nesse filão”, explica o dirigente da Adusp.

Esse tipo de curso permite o barateamento das mensalidades, porque consegue ampliar exponencialmente o número de alunos matriculados por turma, além de reduzir o total de professores. Os donos das faculdades também economizam com gastos de energia elétrica, água e funcionários, porque não há um campus para os estudantes frequentarem.

O curso é praticamente todo online. E o aprendizado é mediado basicamente pelo computador. Não há um espaço físico onde o estudante possa ir estudar, diariamente. A parte presencial do curso exigida pelo Ministério da Educação também ocorre de forma precária. Em algumas oportunidades definidas, o aluno se dirige a um local, chamado de polo, que a instituição disponibiliza para esses momentos presenciais. “Essa é uma forma capciosa, encontrada para dizer que o aluno tem aulas presenciais”, frisa o professor César.

Na atividade, o estudante continuará a não ter o contato direto com um professor. O docente leciona simultaneamente para milhares de estudantes espalhados em vários polos da instituição distribuídos pelo país, por meio de uma televisão ou de um telão instalados em uma sala. A Unip (Universidade Paulista), uma das maiores empresas privadas da área, tem mais de 100 polos no país, só na capital paulista são 20 locais.

O aluno não interage com o professor, só ouve as informações que são disseminadas na tela. Quem o acompanha presencialmente é um tutor que, na maioria dos casos, é aluno de pós-graduação, sem formação específica na área disciplinar que está sendo abordada na tela. As tutorias polivalentes respondem por várias matérias.

Os estudantes dos cursos a distância não têm como verbalizar suas dúvidas ao professor, nem mesmo intervir durante a explanação do docente. É o tutor quem faz a intermediação por meio da triagem de perguntas encaminhadas por escrito para o e-mail do professor que se encontra do outro lado da tela. Há casos em que apenas uma pergunta por polo é encaminhada ao docente. Não há tempo hábil para atender à demanda de questionamentos na hora. “O processo pedagógico é todo truncado. Uma pessoa fala em uma videoconferência, outra acompanha os alunos e outra fica responsável pelos trabalhos. Não há nenhuma articulação entre os vários segmentos. É uma situação de precariedade total, que só se justifica pela falta de preocupação com a qualidade do ensino”, enfatiza o dirigente da Adusp. 
Para ler mais, é necessário acessar o endereço carosamigos.terra.com.br ou adquiri-la na banca de revista.
Maiores elucidações sobre o tema em http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=603

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Declamação de Eduardo Galeano

Poesia serve para acalentar a alma. A minha comoveu-se-se com esta. 


Do sempre inspirador Eduardo Galeano.
agradecido a glaucocortez.com .

O melhor sobre "Occupy Wall Street"

Sobre o movimento dos jovens norte-americanos que demonstram sua indignação contra as megacorporações e  sua ingerência (!?) na democracia, a melhor análise que tive acesso até agora foi do sociólogo Giovanni Alves (http://www.giovannialves.org), no artigo "Ocupar Wall Street...e depois?" 
Ele questiona como a juventude se organizará para subverter a lógica do capitalismo através de uma organização social pautada em percepções imediatas e auto-referenciadas sem possuir  plataforma política, idealismo revolucionário ou efetividade político-ideológica para consolidar as transformações almejadas. Alguns trechos do artigo:

O M12M, Movimento 12 de Março ou “Geração à Rasca”, em Portugal; o M15M, Movimento 15 de Março ou movimento dos indignados, na Espanha e o “Occupy Wall Street”, nos Estados Unidos, surgem no bojo da aguda crise financeira que atinge o núcleo orgânico do capitalismo global desde 2008. O movimento “Occupy Wall Street” nos EUA se inspirou nos movimentos sociais europeus como o M15M da Espanha. Por conseguinte, o movimento dos indignados espanhóis se inspirou nas rebeliões de massa que impulsionaram a “Primavera Árabe” e que derrubaram governos na Tunísia e Egito. 
(...)
Entre milhares de pessoas, encontraram-se, lado a lado, por exemplo, jovens anticapitalistas e enfermeiras em defesa do sistema de saúde. Há cartazes de protesto contra o racismo, o presidente Obama, os republicanos, os democratas, a fome, as guerras no Iraque e Afeganistão. Em contrapartida, defende-se os direitos dos trabalhadores, os dos prisioneiros em greve de fome, mais impostos para os milionários e a reestruturação do sistema financeiro. No movimento dos indignados espanhóis, defendem, por exemplo, a “democracia real”. Enfim, trata-se do denso e vasto continente do novo (e precário) mundo do trabalho e da proletariedade extrema que emerge no bojo dos “trinta anos perversos” de capitalismo neoliberal. 
(...)
O detalhe crucial que podemos salientar das características indicadas acima é que são movimentos democráticos de massa que ocorrem em países capitalistas sob o Estado de direito democrático - o que não era o caso, por exemplo, da Tunísia e Egito. A ampliação do desemprego e precariedade social no decorrer da década de 2000 nos EUA e União Européia, e principalmente a partir da crise financeira de 2008, impulsionaram a radicalidade das massas de jovens (e velhos) precários e indignados com governos sociais-democratas e conservadores incapazes de deterem o “moinho satânico” do capitalismo global. Portanto, os novos movimentos sociais são reverberações radicais do capitalismo financeiro senil. 
(...)
Os novos movimentos sociais que ocorrem na bojo do capitalismo senil têm o sentido radical dos carecimentos vinculados à condição de proletariedade e a vida reduzida de amplos contingentes de jovens órfãos de futuridade. Os jovens indignados nos obrigam a refletir sobre as formas e metamorfoses da consciência social. Eles representam um cadinho complexo e rico de formas de consciência social critica que emergem no estado de barbárie social. Num primeiro momento, a presença da massa de jovens e velhos rebeldes nas ruas e praças nos fascinam. O fervor em reconquistar de forma coletiva e pacífica, territórios urbanos, praças e largos, verdadeiros espaços públicos marginalizados pela lógica neoliberal privatista que privilegiou não espaços de manifestação social, mas espaços de consumo e fruição intimista. O que assistimos hoje nos EUA e Europa é quase uma catarse coletiva. Trata-se de individualidades pulsantes de indignação e rebeldia criativa, cada um com suas preocupações e dramas humanos singulares de homens e mulheres proletários; cada um com seus sonhos e pequenas utopias pessoais capazes de dar um sentido à vida por meio da resignificação do cotidiano como espaço de reivindicação coletiva de direitos usurpados.
(...)
Entretanto, acreditamos que a função heurística magistral dos novos movimentos sociais é tão-somente expor as misérias da ordem burguesa senil. Mobilizam múltiplas expectativas, aspirações de consumo e sonhos da boa vida, projetando no movimento coletivo fantasias pretéritas, presentes e futuras de emancipação social ainda não bem discernidas. Talvez eles representem o espectro indefinido e nebuloso do comunismo que, como espectro do pai de Hamlet, nos anuncia que há algo de podre no Reino da Ordem burguesa. Ora, enquanto cientistas sociais (e não apenas como ativistas sociais), temos que analisar os novos movimentos sociais com objetividade e na perspectiva da lógica dialética capaz de apreender a riqueza do movimento contraditório do real. Aviso aos navegantes pós-modernos: hoje, mais do que nunca, o método dialético tornou-se indispensável no exercício da crítica social. Torna-se imprescindível apreender no movimento do real, a dialética candente entre subjetividade e objetividade, alcances e limites, contingência e necessidade, barbárie e civilização. Não podemos ser tão-somente seduzidos pelo fascínio da contingência indignada nas praças e ruas. Os novos movimentos sociais de indignados compõem o quadro da barbárie social que impregna a ordem burguesa mundial, abrindo um campo de sinistras contradições sociais que dilaceram por dentro a ordem do capital – dilaceram, mas são incapazes, em si e por si, de ir além. 
(...)



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Movimento Fica Garrincha

Esse movimento, difundido nos meios eletrônicos de relacionamento pelo professor Silvio Ricardo da Silva, da UFMG, constitui-se em um pleito mais do que justo pela manutenção do nome do estádio de futebol da capital da república como Estádio Mané Garrincha, ídolo do povo brasileiro mas atualmente rememoriado como jogador problemático, alcoólatra e ex-marido da Elza Soares. Assunto discutido por mim em muitas rodas de butiquim, finalmente alguém se posicionou a respeito deste tema e deflagrou um movimento efetivo. 
O que não se discutiu ainda é a circunstância em que o nome do estádio de Brasília foi alterado. Após diversos conluios entre o ex-governo do DF e o perene presidente da CBF, ciceroneado por dirigentes locais de notório oportunismo e conchavismo com alas reacionárias da política local (e nacional), decidiu-se arbitrariamente  mudar o nome de uma edificação pública que homenageava um herói do povo para um que denotava o espírito megalomaníaco do governo da época. Nome aos bois: Arruda, PO, Weber e cia. Resultado: o Estádio Nacional de Brasília, pertencente ao povo, sofreu diversos questionamentos dos Tribunais de Brasília na ocasião do início de suas obras, e sofre ainda hoje. Todavia, não podemos deixar de conceder os créditos deste questionado projeto para o governo anterior, que somados aos outros projetos urbanísticos megalomaníacos que foram desenvolvidos e abandonados por eles em todo o DF, fizeram a festa de muita gente. Do grupo deles.
Portanto, de fato acredito ser o momento para que essa mobilização ganhe força e que não se mude o nome do estádio para Estádio Nacional de Brasília, e que permaneça Estádio Mané Garrincha. Não sei se o professor Sílvio é botafoguense, eu não sou, ainda assim me envergonho dele não ser brasiliense, pois essa iniciativa deveria ter sido originada aqui em Brasília. 
Pra finalizar, obviamente a abertura da Copa do mundo deve ser em Brasília. Questão de logística, acessibilidade e memória de um grande herói do povo.
A matéria a seguir.

Movimento Fica Garrincha!
Por SILVIO RICARDO DA SILVA*
Escrevo-lhes a respeito da mudança de denominação do estádio daqui, de Mané Garrincha para Estádio Nacional de Brasília.
Apesar de alguns esforços, não conseguimos coletar informações mais precisas a respeito da razão dessa mudança.
Mas pouco importa, o fato é que ela é inaceitável e parece-me necessário fazer algum movimento a respeito.
Escrevi um pequeno arrazoado sobre o tema e esbocei o nome ´Movimento FicaGarrincha!´ para as ações.
Caso você tenha interesse e meios, poderíamos dar início a uma mobilização via internet (twitter,facebook), associada a um abaixo-assinado eletrônico (p.ex.
Uma data significativa para lançar a iniciativa é terça-feira próxima (18/10) quando seria o aniversário do Garrincha.


Movimento fica Garrincha!


No contexto das obras para a Copa do Mundo de 2014, está sendo reconstruído o maior estádio da capital, inaugurado em 1974 e batizado de Mané Garrincha, em homenagem única a um dos maiores ídolos do futebol.
O governo do Distrito Federal, planeja, porém, mudar o nome do local, que passaria a chamar-se Estádio Nacional de Brasília.
Esse movimento busca reunir todos os que consideram essa atitude inaceitável e ofensiva à história do futebol e do Brasil.
Manoel Francisco dos Santos foi o jogador mais extraordinário do futebol mundial, um artista em campo, que representou como ninguém o estilo brasileiro de jogar, com seus dribles desconcertantes.
Apelidado com nome de passarinho, Garrincha foi um dos principais responsáveis pela projeção do Brasil no cenário futebolístico, participando das conquistas mundiais de 1958 e 1962.
Diante disso, os abaixo assinados apresentam duas demandas ao Excelentíssimo Governador do Distrito Federal, senhor Agnelo Queiroz:
1) Que o nome do Estádio seja mantido;

2) Que seja erguido um busto e construído um memorial em homenagem a Mané Garrincha no Estádio renovado.
Não haveria oportunidade melhor para mostrar a todo o mundo que o Brasil sabe valorizar sua memória e sua gente.
* Silvio Ricardo da Silva é professor do Departamento de Educação Fisica da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, coordenador do GEFUT e tutor do PET Educação Física / Lazer.
leia também em                                                                               http://blogdopedrotatu.blogspot.com/2011/10/ficagarrincha.html



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Consciência no trabalho em EdF

O texto a seguir é o desabafo de companheiro professor de Educação Física da DRE de Samambaia, Daniel Corrêa, que contextualiza a busca desenfreada de nossos tempos por saúde e estética com os riscos impostos por esse insano consumismo. Talvez em nosso DNA não estejam apenas os riscos para nossa fisiologia, mas também para nossa auto-destruição como sociedade.
É fundamental que todos os trabalhadores em Educação Física, seja em qual campo de intervenção (escola, academia, hospital, manicômio, cabaré, etc) tenham essa ou minimamente alguma consciência crítica sobre a conseqüência histórica daquilo que se propõem a trabalhar. Parabéns Daniel por esse grito! Que seja apenas o primogênito de uma grande batalha pelo trabalho consciente, crítico e humanizador.


A HERANÇA GENÉTICA DO CAPITALISMO

Em decorrência da vida agitada, da correria do dia a dia, do pouco tempo em resolver os problemas no trabalho, de um hábito alimentar não adequado e de comportamentos herdados devido aos símbolos distorcidos, nos deparamos com o mundo capitalista. Sejam bem vindos a observar sobre a ótica da terceira lei de Newton (ação e reação) com relação às respostas fisiológicas de padrões estéticos determinados pela sociedade moderna. Remédios como as anfetaminas para emagrecer, cirurgias plásticas, produtos para beleza, cintas Dr. Hollywood, equipamentos de ginástica, o light, o diet, dietas, são fomentados por padrões de beleza impostados em nossa cultura pela obtenção de qualidade de vida a qualquer preço.  Comer é uma necessidade fisiológica, isso significa do ponto de vista econômico que é um segmento lucrativo no mercado, os traficantes conseguiram separar o açúcar da cana, tá certo, é um prazer, mas que preço paga-se por esse prazer. Enfim produziram um dos maiores e poderosos depressores químicos da atualidade, pois o açúcar é uma droga, portanto bem sugestivo aos olhos da ganância, pois esta gera dependência química, bem vindos ao grupo dos chupeta de baleia, rolha de poço, gordinhos, gorduchos, chocólatras, cardiopatas, hipertensos, diabéticos... De fato, a indústria produz maciçamente alimentos ricos em açúcar (carboidrato simples de absorção rápida). Por que será? Por apenas ser mais gostoso? Ou por induzir ao consumo desenfreado deste produto? Quem não se lembra do chocolate biss, não comece com o primeiro. Quando ingerimos açúcar, induzimos nosso pâncreas a produzir intensamente um hormônio chamado insulina, responsável pela diminuição dos níveis de glicose no sangue, pois o excesso traz prejuízos à saúde. A glicose em excesso será armazenada na forma de gordura, por conseguinte, atingimos um estado de hipoglicemia (quantidade de açúcar no sangue abaixo da normalidade), condição perfeita para nos alimentarmos novamente. Pronto! Estamos com fome! Deflagramos então, um ciclo perigoso para o ganho de peso. Ciclo este que extraordinariamente se estende para outros rumos. Você já não se olha como um modelo que se adeque a padrões de beleza em circunstância do ganho de peso, somado aos mais diversos estressores como insatisfação no casamento, a falta de Feed - Back no trabalho ou até mesmo dificuldade nas relações interpessoais sadias e etc., decepção e frustração garantida. Você pode estar a um passo de uma depressão! Em uma situação de depressão, o organismo produz hormônios estressores de maneira crônica que por conseqüência inibem a metabolização com predominância das gorduras, dificultando o emagrecimento. Cruel. Mas a perda de peso em decorrência da metabolização das gorduras está comprometido, reduzindo a perda de peso apenas à desidratação (perda de líquido). Na tentativa impetuosa de emagrecer, a indústria é a salvação da pátria, oferecendo os mais diversos produtos para atender suas expectativas. O detalhe é que somos iludidos a comprar qualidade de vida enquanto só a adquirimos pela conquista da mudança do estilo de vida, difícil compreensão em um ambiente de materialismo onde o ser se confunde com o ter e a verdadeira intenção do mercado é mascarada pelas vias de comunicação e marketing, contribuindo para comportamentos indesejáveis quanto do ponto de vista do consumo e conseqüentemente da saúde.  Pronto! Entramos na fase final de nossa herança genética. Você já não se olha no espelho, já não tem a melhor convivência social, sua auto-estima também já não é das melhores. Enfim, já não conseguimos obter prazer nas pequenas coisas da vida, e aí? Você vê aquele bolo..., nossa que maravilha! Necessitamos obter prazer, caso contrário vamos de encontro ao ceifador, você resgata estes momentos de prazer inconsciente como última instância de salvação para não se entregar. Você vai comer o bolo todo, mesmo que logo depois venha o arrependimento, mas você atingiu seu objetivo do prazer momentâneo, como ultimo suspiro. Agora você entra no mercado dos farmacológicos, que alivio não? Medicamentos, antidepressivos apenas eliminam as conseqüências mais não resolvem as causas, amenizam uma situação de autodestruição. A conseqüência genética com relação ao ganho de peso é que dizemos para nossas células de forma inconsciente para salvar o máximo de energia. O detalhe é que seu DNA vai ser repassado para seu filho - herança genética - o que vai acontecer? Pelo menos do ponto de vista genético ele vai ter mais um fator favorável ao aumento de peso, o detalhe é que às vezes não paramos para pensar que o determinismo está implícito em nosso sistema social nos tornando vítimas, perpetuando o ciclo do consumo inconsciente até que um fio de luz nos abra os olhos, fio de luz que chamo o despertar da consciência oportunizando a revolução das idéias resgatando a realidade, quem sabe uma nova perspectiva e sentido para vida. 

Daniel Corrêa e Castro Soares. 
Professor de Educação Física SEE-DF - NDEIC-SAM
http://drewebsam.blogspot.com/

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos

Mais uma demonstração de força e intimidação do poder econômico. Tá certo que a vaidade do apresentador do CQC (na verdade, de todos eles!), programa que eu gosto por ter um pretenso bom humor intelectual, as vezes extrapola para além da medida do bom-senso. Entretanto o recado para os desavisados é bem claro sobre quem manda e que interesses prevalecem na mídia brasileira. Já dizia a canção: "disciplina é liberdade..."

O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos
03/10/2011 - 3:51
É deplorável quando humoristas fazem comentários ofensivos ou preconceituosos em veículos de comunicação de massa sob a justificativa de liberdade de expressão. Como bem disse Marcelo Rubens Paiva, quem conta “piadas” que ultrapassam o limite do bom gosto diz ser adepto do politicamente incorreto. Como se isso fosse hype ou cool e, portanto, justificasse tudo. Mas a provável retirada do apresentador Rafinha Bastos da bancada do programa CQC da TV Bandeirantes, anunciada pelos veículos de comunicação, após as repercussões negativas do último caso, é bastante representativa de como as coisas funcionam no Brasil.
Quando ele disse que mulher feia deveria se sentir agradecida por ser estuprada, houve protestos e manifestações de rua, além de pedidos de investigação ao Ministério Público Federal. Mas a emissora não o tirou de lá. Agora que apareceu uma piada (de péssimo gosto) contra a cantora Wanessa, esposa do empresário Marcos Buaiz, amigo do ex-jogador Ronaldo, o que envolveu até patrocinadores, houve reação.
Uns podem dizer que essa foi a gota d’água, que ele queimou a última chance ou está sendo sacado pelo conjunto da obra. Mas o caso do estupro já era forte o suficiente para repreendê-lo severamente ou retirá-lo de lá. Particularmente, acredito que a audiência é um argumento poderoso e leva à condescendência. Mais forte, porém, são relações sociais que operam redes econômicas e análises de risco apontando perdas maiores que ganhos.
Censura é uma coisa abominável. Mas não pode ser confundida com a proibição de usar meios de massa para a apologia ao crime ou à intolerância. Quando se fala de controle social dos veículos de comunicação alguém grita “censura!” no fundo da sala. Se feito com motivos políticos, preventivamente ou com a velha segunda intenção, acredito que o grito tenha razão. Mas vale a pena refletir se não é melhor termos uma instância democrática e não controlada pelo Estado para acompanhamento do que é produzido e veiculado do que torcer para uma metralhadora verbal atingir alguém fino, da mais alta classe social, amigo de alguém, para ser reajustada ou desligada.


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O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos

Assista o vídeo da discórdia