Minhas experiências recentes, em todos os âmbitos de minha existência, me autorizam a pronunciar com propriedade que pouca coisa vale a pena. Declaração certamente piegas. A não ser que se encare de frente a perda; a perda real, o vácuo. Então você se depara diante de você mesmo e vê-se lutando. Espontaneamente, automaticamente, verdadeiramente. Seus valores pessoais se evidenciam. Suas emoções se afloram. Você percebe-se nu e frágil diante das dificuldades.
Mas o sentimento que vale a pena o dispêndio deste trabalho pela vida, por sua vida, é real. Você segue adiante, e mais e mais. E não admite desistir. Nem falhar.
Apesar de tudo, ao final, acredita firmemente que vai vencer. Ou sentir-se vitorioso e bem sucedido em sua contenda, com o trabalho realizado. E sabe ao certo que não está findo, nem nunca estará. E está pronto para recomeçar e recomeçar novamente.
Isso é amar.
Tenho tentado demonstrar a minha esposa que a amo de verdade. E para que isso aconteça, é preciso viver, com erros e acertos. Seus valores pessoais são o que te orientam. Para quem acredita no amor com a ótica da família burguesa (Gadottti, 2003, disponível em http://acervo.paulofreire.org:8080/xmlui/handle/123456789/108) que significa apenas segurança psicológica, econômica e social, o ponteiro da bússola apontará para o individualismo, mais à frente, solidão e fracasso humano. Minha solidez há de ser a humanização, o companheirismo e cumplicidade.
Antes da culminância deste capítulo recente de nossas existências, a microcirurgia craniana do último dia 26/04, já declarei neste espaço meus sentimentos. Uma percepção sentimental e comovida, contudo honesta e fidedigna de meus sentimentos (Poema, de dez/2011). Hoje, vividos cinco meses desta contenda, devo declarar a ti, Lili, sobretudo agradecimento. Por ter-me feito perceber que sou capaz. Estou vivo. De pé e olhando adiante. E te amo. Muito.
Achei em Renato Russo / Legião Urbana uma expressão fiel de como demonstra-se este amor. Sem pieguice, e sim absoluta franqueza. Te ofereço mais essa.
Estaremos sempre juntos.
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
Puxa primo, emocionante suas declarações. Não sabia pelo que você estava passando, fruto talvez da proximidade distante que temos mantido (neologismo de minha parte).
ResponderExcluirEstou realmente triste de não ter segurado sua mão, ou melhor, estado ao seu lado (porque segurar a mão não é coisa de homem) no momento tão difícil que passou. Contudo, com o passar dos anos, aprendi que os verdadeiros amigos não estão nessa existência. Mesmo que passássemos muitos anos e muitas vidas sem nos falar, ao nos encontrarmos novamente seria como se a última conversa fosse ontem. Somos e seremos sempre próximos, independente do caminho que tornaremos a seguir nessa existência.
Obrigado por compartilhar sentimentos tão bonitos. Você já sabe, mas não custa reforçar: estou por aqui quando precisar.
MEGA abraço na família.
P.S.: Tenho uma foto da festa junina pra te dar de presente que vai te pirar o cabeção!
Canto minha vida com orgulho
ResponderExcluirNa minha vida tudo acontece
Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce
Hoje estou feliz porque sonhei com você
E amanhã posso chorar por não poder te ver
Mas o seu sorriso vale mais que um diamante
Se você vier comigo aí nós vamos adiante
Com a cabeça erguida e mantendo a fé em Deus
O seu dia mais feliz vai ser o mesmo que o meu
A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas
Que eu já fiz pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto
O universo é uma canção
E eu vou que vou
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Mas hoje dou valor de verdade
Pra minha saúde, pra minha liberdade
Que bom te encontrar nesta cidade
Esse brilho intenso me lembra você
(...)
(Charlie Brown)