terça-feira, 20 de dezembro de 2011

“A Privataria Tucana” marca o fim de uma era

extraído do Blog do Nassif 

Enviado por luisnassif

O livro "A Privataria Tucana" marca o desfecho de uma era, ao decretar o fim político de José Serra. A falta de respostas de Serra ao livro - limitou-se a taxá-lo de "lixo" - foi a comprovação final de que não havia como responder às denúncias ali levantadas.
O livro mostra como, após as privatizaçōes, o Banco Opportunity - um dos maiores beneficiados - aportou recursos em paraísos fiscais, em empresas da filha Verônica Serra. Depois, como esse dinheiro entrou no país e serviu, entre outras coisas, para (simular) a compra da casa em que Serra vive.
Tem muito mais. Mostra a extensa rede de pessoas cercando Serra que, desde o início dos anos 90, fazia negócios entre si, utilizando o Banespa, o Banco do Brasil, circuitos de paraísos fiscais, as mesmas holdings utilizadas por outros personagens controvertidos para esquentar dinheiro
Provavelmente o livro não suscitará uma CPI, pela relevante razão de que o sistema de doleiros, paraísos fiscais, foi abundantemente utilizado por todos os partidos políticos, incluindo o PT. Aliás, uma das grandes estratégias de José Dirceu, assim que Lula é eleito, foi mapear e cooptar os personagens estrangeiros da privatização que, antes, orbitavam em torno de Serra.
Essa a razão de ter terminado em pizza a CPI do Banestado, que expunha personagens de todos os partidos.
Nesse imbróglio nacional, a posição mais sensível é a de Serra - e não propriamente para a opinião pública em geral, mas para seus próprios correligionários. Afinal, montou um esquema que em nada ficou a dever a notórios personagens da República, como Paulo Maluf. Jogou pesado para enriquecimento pessoal e da família.
Com as revelações do livro, quebra-se a grande defesa de Serra, algo que talvez a sociologia tenha estudado e que poderia ser chamada de "a blindagem dos salões". É quando personagens controvertidos se valem ou do mecenato, das artes, ou da proximidade com intelectuais para se blindarem. O caso recente mais notável foi o de Edemar Cid Ferreira e seu Banco Santos.
Serra dispunha dessa blindagem, por sua condição de economista reputado nos anos 80, de sua aproximação com o Instituto de Economia da Unicamp. Graças a isso, todos os pequenos sinais de desvio de conduta eram minimizados, tratados como futrica de adversários.
O livro provocou uma rachadura no cristal. De repente todas aquelas peças soltas da história de Serra foram sendo relidas, o quebra-cabeças remontado à luz das revelações do livro.
Os sistemas de arapongagem, que permitiram a ele derrubar a candidatura de Roseana Sarney no episódio Lunus; o chamado "jornalismo de esgoto" que o apoiou, as campanhas difamatórias pela Internet, as suspeitas de dossiê contra Paulo Renato de Souza, Aécio Neves, o discurso duplo na privatização (em particular apresentando-se como crítico, internamente operando os esquemas mais polêmicos), tudo ganhou sentido à luz da lógica desvendada pelo livro.
Fica claro, também, porque o PSDB - que ambicionava os 20 anos de poder - jogou as eleições no colo de Lula.
Todas as oportunidades de legitimação da atuação partidária foram preteridas, em benefício dos interesses pessoais da chamada ala intelectual do partido.

Assista a reação do próprio ao lançamento do livro...





segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A repercussão ao desmascaramento do tucanato

O livro " A Privataria Tucana" do jornalista Amaury Ribeiro Jr. já  causa uma devastadora reação midiática em pólos antagônicos: o silêncio ensurdecedor da grande mídia podre de um lado, e na polaridade oposta o deleite da "blogsfera" e da "banda pobre" da imprensa. Festejado por aqueles que não aguentam mais os travestis da luta contra a corrupção nadarem de braçada nas cagadas de alguns governistas, o jornalista Amaury Jr. também já foi questionado por colegas seus como marqueteiro político pró-petista: 
"O livro “Privataria tucana”, da Geração Editorial, de autoria de Amaury Ribeiro Jr, é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas, baseadas em “documentos, muitos documentos”, como definiu um desses blogueiros em uma entrevista com o autor do livro." 
Disse ainda Merval Pereira que "Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe de campanha da candidata do PT, de atos contra o adversário tucano. O livro, portanto, continua sendo parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem." 
Dado a oportunidade ao contraditório, fico com Miro:
"O livro de Amaury Ribeiro não é apenas “uma luz sobre este passado ainda imerso nas sombras”. É um canhão de holofotes que devassa os subterrâneos da privatização, “o maior assalto ao patrimônio público da história do Brasil”. É a peça que faltava para entender o que ocorreu naquele período de êxtase neoliberal, de desmonte do estado, da nação e do trabalho.
Nas suas 343 páginas, um terço delas com documentos oficiais, o livro comprova que a privataria serviu para enricar meia dúzia de empresários, que concentraram ainda mais as riquezas, mas também para desviar recursos públicos para tucanos de alta plumagem, que se utilizaram de mecanismos engenhosos de lavagem de dinheiro e de paraísos fiscais."
Esta leitura está em minha agenda de férias. Pra repercutir com ainda mais humor o tema, acompanhe o lançamento do filme deste best seller brasileiro, por Cloaca News .




sábado, 17 de dezembro de 2011

Nota de agradecimento


Diante dos acontecimentos e vivências recentes em meu trabalho, busquei algumas palavras que, ressaltando seu sentido, apresentaram concreticidade em corpos, vidas, ações, palavras, sentimentos, sonhos:
Privilégio. 
Aprendizado. 
Doação. 
Companheirismo. 
Oportunidade. 
Caráter.
Infortunadamente, esse pronunciamento de um novo fazer pedagógico, um novo caminho para a educação física veio de encontro ao seu sentido mais antagônico, encerrando com o gosto mais amargo da pequena política recheada de velhas práticas que sempre combatemos e combateremos. Atos e demonstrações desproporcionais de força não são novidade para quem contenda com idealismo na base, no chão, na rua, nas fileiras, pela civilização e contra a barbárie. Essa opção é irreversível. E jamais solitária. 
Há uma canção da banda Foo Fighters  (mais uma...) chamada Best of You que expressa meu sentimento em relação a esta conduta e seus representantes. Ela diz:

Eu tenho outra confissão a fazer
Eu sou o seu tolo
Todos têm correntes para quebrar
Segurando você
Você nasceu para resistir?
Ou para ser abusado?

Alguém está tirando o melhor
O melhor, o melhor, o melhor de você?

Ou você se foi e virou outra pessoa?

Eu precisava de um lugar para me enforcar
Sem o seu laço
Você me deu algo que eu não tinha
Mas que não teve uso
Eu estava fraco demais para desistir
Forte demais para perder
O meu coração está preso de novo
Mas eu me libertarei
Minha mente me oferece vida ou morte
Mas eu não consigo escolher
Eu juro que nunca vou desistir
Eu me recuso

Alguém está tirando o melhor
O melhor, o melhor, o melhor de você?

(...)


Alguém tirou a sua fé?
É real a dor que você sente?
A vida, o amor, você morreria para se curar
A esperança que dispara o coração partido
Sua confiança?
Você deve confessar

(...)


Eu tenho outra confissão, meu amigo
Eu não sou um tolo
Estou ficando cansado de recomeçar
Em um lugar novo
Você nasceu para resistir ou para ser abusado?
Eu juro que nunca vou desistir
Eu me recuso

Alguém está tirando o melhor
O melhor, o melhor, o melhor de você?



(...)


Árdua tarefa é nomear sem cometer injustiças cada um dos que participaram deste processo cujo capítulo encerrou-se, sob o ponto de vista pessoal, com meu memorando de devolução expedido ontem, mas sob o ponto de vista deste magnífico coletivo, com a exoneração de seu "comandante" em 02 de dezembro último. Meu mais profundo agradecimento a cada um de vocês, companheiros e companheiras que viveram comigo esta história, tanto no cotidiano de trabalho como nas reuniões e encontros periódicos, assim como também aqueles que alicerçam este sonho há 20 anos ou mais, contribuindo para nossa formação profissional e humana...
Me permito pessoalizar esse agradecimento em nome do Tatu e do Daniel, companheiros que, além de estarem cotidianamente mais próximos, contribuíram muito paciente e carinhosamente para meu engrandecimento pessoal e profissional, desde outrora avalizando minha identidade neste grandessíssimo projeto. Há braços, companheiros! A luta sempre continua! Estamos e estaremos juntos.


neste momento, este é meu grito


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Poema


Para o meu amor.

Times Like These
Foo Fighters 

Eu sou uma rodovia de mão única
Sou uma estrada para longe
Que segue você de volta para casa

Eu sou uma luz de rua acesa
Sou uma luz branca ofuscante
Piscando sem parar

Em tempos assim,
Você aprende a viver de novo.
Em tempos assim,
Você se entrega e se entrega de novo.

Em tempos assim,
Você aprende a amar de novo.
Tempos assim
Outra e outra vez

Eu sou um novo dia nascendo
Sou um novo céu que
Abrigará as estrelas esta noite
(...)
Em tempos assim,
Você aprende a viver de novo.
Em tempos assim,
Você se entrega e se entrega novo.

Em tempos assim,
Você aprende a amar de novo.
Tempos assim
Outra e outra vez.







quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O exemplo de Sócrates


O dr. Sócrates não pode ser eleito como um jogador de futebol à frente de seu tempo, mas fora de tempo, pois como ele poucos exemplos (sinceramente, não me recordo de nenhum) possuíram uma conduta revolucionária dentro desse campo de trabalho. Sua visão não demonstrava ser mercadológica nem marqueteira, como os oportunistas exploradores e bandidos que circulam neste meio, mas sim qualitativa  em relação ao exercício do trabalho do jogador de futebol, ofício que ele exercia não como alternativa única de posicionamento social, mas como atividade de prazer. Já a faculdade de medicina lhe garantiu um futuro profissional diferenciado em relação aos seus pares. Ele teve condições materiais, familiares, econômicas, sociais, de discernir sobre que alternativa escolheria para se posicionar em sua vida profissional após o término da carreira de jogador. Isto não ocorre entre (estimativa jocosamente pessoal) 99,1% daqueles que se lançam na carreira profissional de boleiro.
Há de se ressaltar a extrema dedicação e competência pessoal para conciliar a carreira de jogador profissional e o estudo da medicina.. A prática profissional de futebol com maior embasamento político certamente obteve maior consistência com a soma de todos esses fatores. Divago se ele não fazia a indagação: "qual a merda da diferença entre o trabalho do médico, do jogador de futebol, do lixeiro, do professor"? Ou ainda "porque apenas as profissões mais conceituadas têm oportunidade de diálogo em relação ao exercício de seu trabalho?"
Ele foi iconizado como o Doutor da bola e da democracia.
Suas declarações e posturas deixavam claro que ele estava se lixando para o moralismo que encharca nossa sociedade: fumante e bebedor de cerveja, e ainda por cima atleta e médico.  Poderia ser análogo ao exemplo do professor de educação física obeso, ou do lixeiro culto. Que tapa maior no conservadorismo do senso comum poderia ser dado, que rompimento de paradigma mais explícito poderia ser demonstrado naquele momento histórico, na verdade, em nosso momento histórico? Ao fazer isso e incitar outras ações como a Democracia Corintiana ele acabou dialeticamente reforçando uma demanda histórica então emergente por liberdade e protagonismo social mas, ao mesmo tempo, reforçando a concepção que a transformação, de fato, emana de quem tem condições para tal, e não do povo que é pobre, lascado e mal instruído. E dessa responsabilidade ele tinha clareza. 
Outros jogadores que também lutavam por liberdade de expressão, de exercício livre de seu trabalho e de sua vida pessoal foram estigmatizados como encrenqueiros, indisciplinados, arruaceiros, vagabundos, violentos, ou o que lhe valha. Não eram doutores, mas pobres que encontraram no futebol alternativa única de ascensão socioeconômica. Gosto de citar o exemplo de Edmundo, pois ele se enquadra perfeitamente neste exemplo. Craque de bola, inteligente, mas... Animal. Como ele tantos outros, eu incluso, que querem apenas exercer bem o seu trabalho e, após o compromisso, tomar uma gelada com a família e os amigos, curtir um cineminha, levar os filhos ao parque. Sócrates também. Animal, certamente também.
O engajamento político é, inevitavelmente, o o legado mais marcante do doutor da bola. Exímio craque de bola, ele botou pra F. nas fileiras reacionárias daqueles que gerenciavam o "departamento profissional" do clube em que jogava, democratizando radicalmente as decisões sobre o exercício do trabalho. E apresentou resultados efetivos que agradaram a todos: torcida, trabalhadores da bola e dirigentes (pois o retorno midiático e financeiro foi incontestável). Esse grupo e seu líder demonstraram que o trabalho pode ser exercido de forma plena, liberta e democrática, no sentido de oportunizar o diálogo e a tomada de decisões colegiadas junto aos co-partícipes daquela pequena sociedade.
A Democracia do dr. sucumbiu a interesses econômicos e mercadológicos presentes no meio futebolístico de alta competitividade. A gestão do futebol, ao se profissionalizar sob a orientação da lógica neoliberal liderada e avalizada pela FIFA e pelo COI, mediou interesses dos trabalhadores, patrões e mercadores do esporte. Dessa forma, assim como no mercado de trabalho, os direitos e obrigações dos trabalhadores do esporte de alto rendimento são conceitualmente compatíveis com a dos demais trabalhadores. Ou seja, prevalece a lógica do patrão.


A lição

Os projetos para a educação física da rede pública de ensino Distrito Federal que passou recentemente (em seus níveis diversos - desde sua direção até ao piso batido da quadra) por um processo de reestruturação semelhante a Democracia do dr. Sócrates, tais como o surgimento de formações, de manifestos pedagógicos, reformulação de seu currículo, reforçamento de ações na educação física escolar, desporto e jogos escolares e ampliação de sua intervenção para todos os níveis de ensino, tem sinalizado um possível sucumbimento frente a declarações e acontecimentos recentes, emanados de poderes que mediam os mesmos interesses referidos acima. Porém , mais do que prazer ou direito social, como Sócrates transmitiu em sua vida profissional, mas também por ideologia e justiça, essa luta que é representada por esse projeto histórico não sucumbirá, esteja no campo de ação que estiver. O poema representa meu sentimento frente a esse golpe.






sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ginástica e cultura corporal de graça

Este vídeo divulga o Programa Ginástica nas Quadras, um programa de atividade física gratuita  presente em todas as cidades do Distrito Federal, fornecido por professores e professoras de educação física da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Esses docentes possuem em seu currículo, no mínimo, o curso de licenciatura em educação física, sendo que a maioria possui pós-graduação em diferentes níveis (especialização, mestrado e doutorado). Em 2011 todos tiveram, pela primeira vez, a oportunidade de realizarem formação complementar em diversas áreas ligadas a prática física e de saúde oferecida pela Diretoria de Educação Física e Desporto Escolar (DIDESC) por ocasião do lançamento do programa SALUTE - Saúde e Lazer do Trabalhador em Educação, também concebido pela diretoria.
O Ginástica nas Quadras, de fato, é a única oportunidade de pessoas com baixo potencial socioeconômico (diga-se, pessoas pobres), em sua maioria pessoas idosas, de usufruírem de atividades ginásticas e da cultura corporal de maneira qualificada e totalmente gratuita. Considero importante salientar ainda que as atividades são planejadas e concebidas pelo docente com estreito comprometimento ao atendimento e, principalmente, a liberdade em relação ao seu exercício do seu trabalho.


Ginástica nas Quadras

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Alterego parte 2


É fundamental ressaltar que, para entender quem é o alterego de quem, deve-se destacar o oportunismo dos reacionários em demonstrarem-se baluartes da democracia e da ética. "Chega de desonestidade! Basta de corrupção! Ética na política!" são os jargões utilizados por eles. É fácil atirar quando o gatilho está apontado para o "outro eu" da história. Sem espelho. Sem memória. Sem noção. Entretanto,  o povo não é burro.

Esses grandes "baluartes da honestidade e da democracia" sequer sabem o que democracia realmente significa. Seu passado e sua conduta ética denunciam a volatilidade de seu caráter.
É oportuno salientar que jovens consciências são (de)formadas por esta mentalidade vil e alienígena aos interesses populares. Essas arapucas pseudoideológicas servem a grupos que, no Brasil, explicitamente procuram retomar o poder para tentarem retornar a um espaço que sempre foi seu. Agora locupletam-se de moral para adornar-se com aquilo que não lhe pertence.

Finalmente, há uma pílula de poesia que é categórica, eu adoro, e dedico carinhosamente a todos os manifestantes de ocasião.




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Alterego

Neste fim de semana revi a reprise ("rever a reprise" na televisão deixou de ser redundância...) do filme Kill Bill 2, onde a super-heroína Beatrix Kiddo mata meio mundo pra se vingar de seu amor-algoz Bill. Na seqüencia final, muito bem tramada por Quentin Tarantino, Bill faz um poético relato sobre o alterego da humanidade, citando a "mitologia" dos super-heróis. Ele relata que o Superman, cujo alterego é o Clark Kent, simboliza o quanto o ser-humano é fraco é covarde. Ao contrário dos demais heróis cujo alterego é o super, tendo em vista que Bruce Waine, Peter Parker, Bruce Bunner, etc, dormem e acordam como tais, vestindo-se de super para salvar a humanidade. Superman dorme e acorda superman, fantasiando-se de Clark Kent para "humanizar-se". E Clark Kent é fraco, medíocre e covarde. Ele é o alterego humano de superman, ou sua crítica à humanidade.

Enfim, Bill usa desse argumento para justificar que é um assassino nato, assim como Beatrix, etc e tal. Mas, como humano que sou, e inquieto também, incitou-me a reflexão sobre este argumento (a propósito, genial) e o atual cenário político de nossa cidade. De que adianta trajar-se com uma coloração diferente para apenas  legitimar-se no poder? Quem é o alterego de quem? 

Não arrisco-me a fazer qualquer análise acadêmica sobre a psiquê humana, mas tenho fé que a projeção que fazemos de nós mesmos, de uma forma ou de outra, acaba materializando-se em nossas ações. O trabalho, que no modo de produção capitalista é alienado e expropriado de quem o realiza, há de possuir algo de quem o manufatura. Conceituo aqui trabalho o fruto da ação de cada ser humano, por mais alienada que seja.  O ser civilizado pela barbárie possui seu alterego no sujeito-consumidor, ou é levado a construir-se tal maneira. Algo há de ser legítimo e próprio de quem o faz. Viagem absoluta.

No caso das circunstâncias recentes, questiono: o poder é intrinsecamente ou legitimamente sentimento humano? O quanto? De quantos? Quem tramou tudo isso?

O que reflito é que não podemos nos submeter à desesperança diante de tais circunstâncias, que por mais que nos desalentem, compõe a culminância de um processo histórico, ao qual não nos alienamos, mas  também compomos, apesar de não corroboramos em sua integridade. Entretanto nosso trabalho, que nada mais é do que a concretização de nossa apreensão de mundo, síntese de nossas experiências, não há de ser descartável nem efêmero, não poderá estar à venda tampouco ser despojado de valor. Meu trabalho de alguma forma, em algum momento, me pertence. Há de me pertencer e me satisfazer como ser humano. Independente de Tadeus, Agnelos, Joaquins, Josés Robertos, Luízes, etc. É necessária essa a crença. Para que minh'alma respire.

Chamem de ingenuidade ou o que lhe valha. Se votei em quem jamais achei que votaria (Tadeus e cia), e hoje pagamos esse preço, é porque acredito em algo maior. É este algo que ajudo a construir com meu trabalho, despropriado de terceiros e referenciado em meus sonhos utópicos de mundo. Meu alterego há de ser aquilo que sonho e projeto através de meu trabalho, assim como os super-heróis humanos, e não aquilo que se tenta demonstrar através da coloração oportunamente trajada. Como o superman.


confira o vídeo de Kill Bill 2 supracitado 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país

Essa interessante reportagem da Caros Amigos expõe a ferida desta modalidade de ensino no Brasil. Os principais questionamentos são a baixa qualidade do ensino oficial, a utilização oportunista de Instituições de Ensino particulares para aumentarem seu lucro com base na exploração do equacionamento pouca oferta - lucro - precarização do trabalho, e a perspectiva (precária, ressalto) de empregabilidade para uma população com déficit em sua escolarização básica e com poucas oportunidades de acesso a uma educação de qualidade.
Mesmo Instituições de notória excelência como UnB, USP, UERJ, UFJF, aderiram a este modelo de ensino, arcando com as consequências acadêmicas e críticas ao trabalho desenvolvido. É oportuno o momento para elevarmos o debate deste modelo de ensino para qualificá-lo como um instrumento de superação social, o qual se consolidará através de reformas programáticas efetivas aliados a controle institucional honesto e controle social efetivo.

Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país
os grifos são meus.

A maioria dos alunos que cursam essa modalidade de ensino é constituída por pessoas com baixo poder aquisitivo

Por Lúcia Rodrigues

Um em cada cinco estudantes universitários brasileiros está matriculado em cursos de Educação a distância (EAD) no país. A nova modalidade educacional surgiu no final da década de 1990, mas foi nos anos 2000 que esse formato de curso ganhou projeção.

O número de vagas oferecidas por empresas educacionais aumentou exponencialmente nesse período. Em 2000 eram 5.287 alunos matriculados em graduações a distância, em 2009 o total de universitários inscritos saltou para 838.125.

O último dado oficial sobre o número de alunos matriculados nesse tipo de formato é o do Censo da Educação Superior de 2009. Mas a rapidez com que os cursos de educação a distância se dinamizaram no país leva a crer que, hoje, a cifra já ultrapassou a casa de um milhão de estudantes matriculados em graduações oferecidas nessa modalidade.

Aparentemente democrática por ampliar o acesso à educação superior para um maior número de estudantes, a medida embute, na verdade, um forte componente ideológico. Cria no estudante a ilusão de que a qualificação garantirá o exercício pleno da profissão escolhida. 
Mascara a ausência de políticas efetivas dos governos federal e estaduais para suprir em quantidade satisfatória a falta de vagas presenciais em instituições públicas do país. Escamoteia o problema central e desencadeia outro seríssimo ao facilitar o rebaixamento na qualidade do ensino dos cursos oferecidos a distância.

Na verdade, o ensino a distância foi o formato encontrado pelos governantes para diplomar pobres em massa e responder as metas educacionais impostas por organismos internacionais como o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, a OMC. 
Por isso, a garantia da qualidade dos cursos de graduação a distância não é a preocupação central desses dirigentes. Ao invés de investirem pesadamente na expansão de vagas em instituições públicas presenciais, enaltecem o “caráter democrático” desse modelo educacional que permite a um número expressivo de estudantes cursarem uma faculdade privada a distância.

“Conseguiram grudar a ideia de que o ensino a distância equivale à democratização do acesso. Além disso, rotulam quem questiona esse tipo de curso, como retrógrado”, ressalta César Augusto Minto, vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, a Adusp, e professor da Faculdade de Educação da USP, ao se referir à postura dos dirigentes governamentais e dos donos das empresas educacionais que disponibilizam graduações a distância. Segundo o docente, é difícil se contrapor a essa façanha ideológica que vendeu a ideia de que a democratização do ensino passa pela educação a distância.

Esses cursos foram introduzidos no país pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Mas a administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a iniciativa e a ampliou. Em 2002, eram 40.714 matrículas; em 2006, o número havia pulado para 207.206, dois anos depois, em 2008, o total de estudantes matriculados chegou a 727.961. Embora se saiba que a administração da presidente Dilma Rousseff deu continuidade a essa medida, os números oficiais a respeito ainda não foram publicizados.

Péssima qualidade 

O Censo da Educação Superior de 2009 aponta que, naquele ano, o Ministério da Educação reconhecia 844 cursos de graduação a distância no país distribuídos em 5.904 polos de apoio presencial. Duzentas e vinte e duas instituições estavam credenciadas junto ao MEC para oferecer cursos de Educação a distância. A maioria esmagadora dessas instituições é privada e está concentrada nas regiões sul e sudeste.

Os críticos do modelo consideram esse formato uma mina de ouro para os donos das faculdades, que conseguem aumentar ainda mais seus lucros. “Esses cursos têm forte teor mercadológico. Por isso, não se preocupam com a qualidade do ensino. As empresas tinham esgotado a capacidade de ampliar seus lucros e resolveram apostar nesse filão”, explica o dirigente da Adusp.

Esse tipo de curso permite o barateamento das mensalidades, porque consegue ampliar exponencialmente o número de alunos matriculados por turma, além de reduzir o total de professores. Os donos das faculdades também economizam com gastos de energia elétrica, água e funcionários, porque não há um campus para os estudantes frequentarem.

O curso é praticamente todo online. E o aprendizado é mediado basicamente pelo computador. Não há um espaço físico onde o estudante possa ir estudar, diariamente. A parte presencial do curso exigida pelo Ministério da Educação também ocorre de forma precária. Em algumas oportunidades definidas, o aluno se dirige a um local, chamado de polo, que a instituição disponibiliza para esses momentos presenciais. “Essa é uma forma capciosa, encontrada para dizer que o aluno tem aulas presenciais”, frisa o professor César.

Na atividade, o estudante continuará a não ter o contato direto com um professor. O docente leciona simultaneamente para milhares de estudantes espalhados em vários polos da instituição distribuídos pelo país, por meio de uma televisão ou de um telão instalados em uma sala. A Unip (Universidade Paulista), uma das maiores empresas privadas da área, tem mais de 100 polos no país, só na capital paulista são 20 locais.

O aluno não interage com o professor, só ouve as informações que são disseminadas na tela. Quem o acompanha presencialmente é um tutor que, na maioria dos casos, é aluno de pós-graduação, sem formação específica na área disciplinar que está sendo abordada na tela. As tutorias polivalentes respondem por várias matérias.

Os estudantes dos cursos a distância não têm como verbalizar suas dúvidas ao professor, nem mesmo intervir durante a explanação do docente. É o tutor quem faz a intermediação por meio da triagem de perguntas encaminhadas por escrito para o e-mail do professor que se encontra do outro lado da tela. Há casos em que apenas uma pergunta por polo é encaminhada ao docente. Não há tempo hábil para atender à demanda de questionamentos na hora. “O processo pedagógico é todo truncado. Uma pessoa fala em uma videoconferência, outra acompanha os alunos e outra fica responsável pelos trabalhos. Não há nenhuma articulação entre os vários segmentos. É uma situação de precariedade total, que só se justifica pela falta de preocupação com a qualidade do ensino”, enfatiza o dirigente da Adusp. 
Para ler mais, é necessário acessar o endereço carosamigos.terra.com.br ou adquiri-la na banca de revista.
Maiores elucidações sobre o tema em http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=603

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Declamação de Eduardo Galeano

Poesia serve para acalentar a alma. A minha comoveu-se-se com esta. 


Do sempre inspirador Eduardo Galeano.
agradecido a glaucocortez.com .

O melhor sobre "Occupy Wall Street"

Sobre o movimento dos jovens norte-americanos que demonstram sua indignação contra as megacorporações e  sua ingerência (!?) na democracia, a melhor análise que tive acesso até agora foi do sociólogo Giovanni Alves (http://www.giovannialves.org), no artigo "Ocupar Wall Street...e depois?" 
Ele questiona como a juventude se organizará para subverter a lógica do capitalismo através de uma organização social pautada em percepções imediatas e auto-referenciadas sem possuir  plataforma política, idealismo revolucionário ou efetividade político-ideológica para consolidar as transformações almejadas. Alguns trechos do artigo:

O M12M, Movimento 12 de Março ou “Geração à Rasca”, em Portugal; o M15M, Movimento 15 de Março ou movimento dos indignados, na Espanha e o “Occupy Wall Street”, nos Estados Unidos, surgem no bojo da aguda crise financeira que atinge o núcleo orgânico do capitalismo global desde 2008. O movimento “Occupy Wall Street” nos EUA se inspirou nos movimentos sociais europeus como o M15M da Espanha. Por conseguinte, o movimento dos indignados espanhóis se inspirou nas rebeliões de massa que impulsionaram a “Primavera Árabe” e que derrubaram governos na Tunísia e Egito. 
(...)
Entre milhares de pessoas, encontraram-se, lado a lado, por exemplo, jovens anticapitalistas e enfermeiras em defesa do sistema de saúde. Há cartazes de protesto contra o racismo, o presidente Obama, os republicanos, os democratas, a fome, as guerras no Iraque e Afeganistão. Em contrapartida, defende-se os direitos dos trabalhadores, os dos prisioneiros em greve de fome, mais impostos para os milionários e a reestruturação do sistema financeiro. No movimento dos indignados espanhóis, defendem, por exemplo, a “democracia real”. Enfim, trata-se do denso e vasto continente do novo (e precário) mundo do trabalho e da proletariedade extrema que emerge no bojo dos “trinta anos perversos” de capitalismo neoliberal. 
(...)
O detalhe crucial que podemos salientar das características indicadas acima é que são movimentos democráticos de massa que ocorrem em países capitalistas sob o Estado de direito democrático - o que não era o caso, por exemplo, da Tunísia e Egito. A ampliação do desemprego e precariedade social no decorrer da década de 2000 nos EUA e União Européia, e principalmente a partir da crise financeira de 2008, impulsionaram a radicalidade das massas de jovens (e velhos) precários e indignados com governos sociais-democratas e conservadores incapazes de deterem o “moinho satânico” do capitalismo global. Portanto, os novos movimentos sociais são reverberações radicais do capitalismo financeiro senil. 
(...)
Os novos movimentos sociais que ocorrem na bojo do capitalismo senil têm o sentido radical dos carecimentos vinculados à condição de proletariedade e a vida reduzida de amplos contingentes de jovens órfãos de futuridade. Os jovens indignados nos obrigam a refletir sobre as formas e metamorfoses da consciência social. Eles representam um cadinho complexo e rico de formas de consciência social critica que emergem no estado de barbárie social. Num primeiro momento, a presença da massa de jovens e velhos rebeldes nas ruas e praças nos fascinam. O fervor em reconquistar de forma coletiva e pacífica, territórios urbanos, praças e largos, verdadeiros espaços públicos marginalizados pela lógica neoliberal privatista que privilegiou não espaços de manifestação social, mas espaços de consumo e fruição intimista. O que assistimos hoje nos EUA e Europa é quase uma catarse coletiva. Trata-se de individualidades pulsantes de indignação e rebeldia criativa, cada um com suas preocupações e dramas humanos singulares de homens e mulheres proletários; cada um com seus sonhos e pequenas utopias pessoais capazes de dar um sentido à vida por meio da resignificação do cotidiano como espaço de reivindicação coletiva de direitos usurpados.
(...)
Entretanto, acreditamos que a função heurística magistral dos novos movimentos sociais é tão-somente expor as misérias da ordem burguesa senil. Mobilizam múltiplas expectativas, aspirações de consumo e sonhos da boa vida, projetando no movimento coletivo fantasias pretéritas, presentes e futuras de emancipação social ainda não bem discernidas. Talvez eles representem o espectro indefinido e nebuloso do comunismo que, como espectro do pai de Hamlet, nos anuncia que há algo de podre no Reino da Ordem burguesa. Ora, enquanto cientistas sociais (e não apenas como ativistas sociais), temos que analisar os novos movimentos sociais com objetividade e na perspectiva da lógica dialética capaz de apreender a riqueza do movimento contraditório do real. Aviso aos navegantes pós-modernos: hoje, mais do que nunca, o método dialético tornou-se indispensável no exercício da crítica social. Torna-se imprescindível apreender no movimento do real, a dialética candente entre subjetividade e objetividade, alcances e limites, contingência e necessidade, barbárie e civilização. Não podemos ser tão-somente seduzidos pelo fascínio da contingência indignada nas praças e ruas. Os novos movimentos sociais de indignados compõem o quadro da barbárie social que impregna a ordem burguesa mundial, abrindo um campo de sinistras contradições sociais que dilaceram por dentro a ordem do capital – dilaceram, mas são incapazes, em si e por si, de ir além. 
(...)



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Movimento Fica Garrincha

Esse movimento, difundido nos meios eletrônicos de relacionamento pelo professor Silvio Ricardo da Silva, da UFMG, constitui-se em um pleito mais do que justo pela manutenção do nome do estádio de futebol da capital da república como Estádio Mané Garrincha, ídolo do povo brasileiro mas atualmente rememoriado como jogador problemático, alcoólatra e ex-marido da Elza Soares. Assunto discutido por mim em muitas rodas de butiquim, finalmente alguém se posicionou a respeito deste tema e deflagrou um movimento efetivo. 
O que não se discutiu ainda é a circunstância em que o nome do estádio de Brasília foi alterado. Após diversos conluios entre o ex-governo do DF e o perene presidente da CBF, ciceroneado por dirigentes locais de notório oportunismo e conchavismo com alas reacionárias da política local (e nacional), decidiu-se arbitrariamente  mudar o nome de uma edificação pública que homenageava um herói do povo para um que denotava o espírito megalomaníaco do governo da época. Nome aos bois: Arruda, PO, Weber e cia. Resultado: o Estádio Nacional de Brasília, pertencente ao povo, sofreu diversos questionamentos dos Tribunais de Brasília na ocasião do início de suas obras, e sofre ainda hoje. Todavia, não podemos deixar de conceder os créditos deste questionado projeto para o governo anterior, que somados aos outros projetos urbanísticos megalomaníacos que foram desenvolvidos e abandonados por eles em todo o DF, fizeram a festa de muita gente. Do grupo deles.
Portanto, de fato acredito ser o momento para que essa mobilização ganhe força e que não se mude o nome do estádio para Estádio Nacional de Brasília, e que permaneça Estádio Mané Garrincha. Não sei se o professor Sílvio é botafoguense, eu não sou, ainda assim me envergonho dele não ser brasiliense, pois essa iniciativa deveria ter sido originada aqui em Brasília. 
Pra finalizar, obviamente a abertura da Copa do mundo deve ser em Brasília. Questão de logística, acessibilidade e memória de um grande herói do povo.
A matéria a seguir.

Movimento Fica Garrincha!
Por SILVIO RICARDO DA SILVA*
Escrevo-lhes a respeito da mudança de denominação do estádio daqui, de Mané Garrincha para Estádio Nacional de Brasília.
Apesar de alguns esforços, não conseguimos coletar informações mais precisas a respeito da razão dessa mudança.
Mas pouco importa, o fato é que ela é inaceitável e parece-me necessário fazer algum movimento a respeito.
Escrevi um pequeno arrazoado sobre o tema e esbocei o nome ´Movimento FicaGarrincha!´ para as ações.
Caso você tenha interesse e meios, poderíamos dar início a uma mobilização via internet (twitter,facebook), associada a um abaixo-assinado eletrônico (p.ex.
Uma data significativa para lançar a iniciativa é terça-feira próxima (18/10) quando seria o aniversário do Garrincha.


Movimento fica Garrincha!


No contexto das obras para a Copa do Mundo de 2014, está sendo reconstruído o maior estádio da capital, inaugurado em 1974 e batizado de Mané Garrincha, em homenagem única a um dos maiores ídolos do futebol.
O governo do Distrito Federal, planeja, porém, mudar o nome do local, que passaria a chamar-se Estádio Nacional de Brasília.
Esse movimento busca reunir todos os que consideram essa atitude inaceitável e ofensiva à história do futebol e do Brasil.
Manoel Francisco dos Santos foi o jogador mais extraordinário do futebol mundial, um artista em campo, que representou como ninguém o estilo brasileiro de jogar, com seus dribles desconcertantes.
Apelidado com nome de passarinho, Garrincha foi um dos principais responsáveis pela projeção do Brasil no cenário futebolístico, participando das conquistas mundiais de 1958 e 1962.
Diante disso, os abaixo assinados apresentam duas demandas ao Excelentíssimo Governador do Distrito Federal, senhor Agnelo Queiroz:
1) Que o nome do Estádio seja mantido;

2) Que seja erguido um busto e construído um memorial em homenagem a Mané Garrincha no Estádio renovado.
Não haveria oportunidade melhor para mostrar a todo o mundo que o Brasil sabe valorizar sua memória e sua gente.
* Silvio Ricardo da Silva é professor do Departamento de Educação Fisica da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, coordenador do GEFUT e tutor do PET Educação Física / Lazer.
leia também em                                                                               http://blogdopedrotatu.blogspot.com/2011/10/ficagarrincha.html



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Consciência no trabalho em EdF

O texto a seguir é o desabafo de companheiro professor de Educação Física da DRE de Samambaia, Daniel Corrêa, que contextualiza a busca desenfreada de nossos tempos por saúde e estética com os riscos impostos por esse insano consumismo. Talvez em nosso DNA não estejam apenas os riscos para nossa fisiologia, mas também para nossa auto-destruição como sociedade.
É fundamental que todos os trabalhadores em Educação Física, seja em qual campo de intervenção (escola, academia, hospital, manicômio, cabaré, etc) tenham essa ou minimamente alguma consciência crítica sobre a conseqüência histórica daquilo que se propõem a trabalhar. Parabéns Daniel por esse grito! Que seja apenas o primogênito de uma grande batalha pelo trabalho consciente, crítico e humanizador.


A HERANÇA GENÉTICA DO CAPITALISMO

Em decorrência da vida agitada, da correria do dia a dia, do pouco tempo em resolver os problemas no trabalho, de um hábito alimentar não adequado e de comportamentos herdados devido aos símbolos distorcidos, nos deparamos com o mundo capitalista. Sejam bem vindos a observar sobre a ótica da terceira lei de Newton (ação e reação) com relação às respostas fisiológicas de padrões estéticos determinados pela sociedade moderna. Remédios como as anfetaminas para emagrecer, cirurgias plásticas, produtos para beleza, cintas Dr. Hollywood, equipamentos de ginástica, o light, o diet, dietas, são fomentados por padrões de beleza impostados em nossa cultura pela obtenção de qualidade de vida a qualquer preço.  Comer é uma necessidade fisiológica, isso significa do ponto de vista econômico que é um segmento lucrativo no mercado, os traficantes conseguiram separar o açúcar da cana, tá certo, é um prazer, mas que preço paga-se por esse prazer. Enfim produziram um dos maiores e poderosos depressores químicos da atualidade, pois o açúcar é uma droga, portanto bem sugestivo aos olhos da ganância, pois esta gera dependência química, bem vindos ao grupo dos chupeta de baleia, rolha de poço, gordinhos, gorduchos, chocólatras, cardiopatas, hipertensos, diabéticos... De fato, a indústria produz maciçamente alimentos ricos em açúcar (carboidrato simples de absorção rápida). Por que será? Por apenas ser mais gostoso? Ou por induzir ao consumo desenfreado deste produto? Quem não se lembra do chocolate biss, não comece com o primeiro. Quando ingerimos açúcar, induzimos nosso pâncreas a produzir intensamente um hormônio chamado insulina, responsável pela diminuição dos níveis de glicose no sangue, pois o excesso traz prejuízos à saúde. A glicose em excesso será armazenada na forma de gordura, por conseguinte, atingimos um estado de hipoglicemia (quantidade de açúcar no sangue abaixo da normalidade), condição perfeita para nos alimentarmos novamente. Pronto! Estamos com fome! Deflagramos então, um ciclo perigoso para o ganho de peso. Ciclo este que extraordinariamente se estende para outros rumos. Você já não se olha como um modelo que se adeque a padrões de beleza em circunstância do ganho de peso, somado aos mais diversos estressores como insatisfação no casamento, a falta de Feed - Back no trabalho ou até mesmo dificuldade nas relações interpessoais sadias e etc., decepção e frustração garantida. Você pode estar a um passo de uma depressão! Em uma situação de depressão, o organismo produz hormônios estressores de maneira crônica que por conseqüência inibem a metabolização com predominância das gorduras, dificultando o emagrecimento. Cruel. Mas a perda de peso em decorrência da metabolização das gorduras está comprometido, reduzindo a perda de peso apenas à desidratação (perda de líquido). Na tentativa impetuosa de emagrecer, a indústria é a salvação da pátria, oferecendo os mais diversos produtos para atender suas expectativas. O detalhe é que somos iludidos a comprar qualidade de vida enquanto só a adquirimos pela conquista da mudança do estilo de vida, difícil compreensão em um ambiente de materialismo onde o ser se confunde com o ter e a verdadeira intenção do mercado é mascarada pelas vias de comunicação e marketing, contribuindo para comportamentos indesejáveis quanto do ponto de vista do consumo e conseqüentemente da saúde.  Pronto! Entramos na fase final de nossa herança genética. Você já não se olha no espelho, já não tem a melhor convivência social, sua auto-estima também já não é das melhores. Enfim, já não conseguimos obter prazer nas pequenas coisas da vida, e aí? Você vê aquele bolo..., nossa que maravilha! Necessitamos obter prazer, caso contrário vamos de encontro ao ceifador, você resgata estes momentos de prazer inconsciente como última instância de salvação para não se entregar. Você vai comer o bolo todo, mesmo que logo depois venha o arrependimento, mas você atingiu seu objetivo do prazer momentâneo, como ultimo suspiro. Agora você entra no mercado dos farmacológicos, que alivio não? Medicamentos, antidepressivos apenas eliminam as conseqüências mais não resolvem as causas, amenizam uma situação de autodestruição. A conseqüência genética com relação ao ganho de peso é que dizemos para nossas células de forma inconsciente para salvar o máximo de energia. O detalhe é que seu DNA vai ser repassado para seu filho - herança genética - o que vai acontecer? Pelo menos do ponto de vista genético ele vai ter mais um fator favorável ao aumento de peso, o detalhe é que às vezes não paramos para pensar que o determinismo está implícito em nosso sistema social nos tornando vítimas, perpetuando o ciclo do consumo inconsciente até que um fio de luz nos abra os olhos, fio de luz que chamo o despertar da consciência oportunizando a revolução das idéias resgatando a realidade, quem sabe uma nova perspectiva e sentido para vida. 

Daniel Corrêa e Castro Soares. 
Professor de Educação Física SEE-DF - NDEIC-SAM
http://drewebsam.blogspot.com/

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos

Mais uma demonstração de força e intimidação do poder econômico. Tá certo que a vaidade do apresentador do CQC (na verdade, de todos eles!), programa que eu gosto por ter um pretenso bom humor intelectual, as vezes extrapola para além da medida do bom-senso. Entretanto o recado para os desavisados é bem claro sobre quem manda e que interesses prevalecem na mídia brasileira. Já dizia a canção: "disciplina é liberdade..."

O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos
03/10/2011 - 3:51
É deplorável quando humoristas fazem comentários ofensivos ou preconceituosos em veículos de comunicação de massa sob a justificativa de liberdade de expressão. Como bem disse Marcelo Rubens Paiva, quem conta “piadas” que ultrapassam o limite do bom gosto diz ser adepto do politicamente incorreto. Como se isso fosse hype ou cool e, portanto, justificasse tudo. Mas a provável retirada do apresentador Rafinha Bastos da bancada do programa CQC da TV Bandeirantes, anunciada pelos veículos de comunicação, após as repercussões negativas do último caso, é bastante representativa de como as coisas funcionam no Brasil.
Quando ele disse que mulher feia deveria se sentir agradecida por ser estuprada, houve protestos e manifestações de rua, além de pedidos de investigação ao Ministério Público Federal. Mas a emissora não o tirou de lá. Agora que apareceu uma piada (de péssimo gosto) contra a cantora Wanessa, esposa do empresário Marcos Buaiz, amigo do ex-jogador Ronaldo, o que envolveu até patrocinadores, houve reação.
Uns podem dizer que essa foi a gota d’água, que ele queimou a última chance ou está sendo sacado pelo conjunto da obra. Mas o caso do estupro já era forte o suficiente para repreendê-lo severamente ou retirá-lo de lá. Particularmente, acredito que a audiência é um argumento poderoso e leva à condescendência. Mais forte, porém, são relações sociais que operam redes econômicas e análises de risco apontando perdas maiores que ganhos.
Censura é uma coisa abominável. Mas não pode ser confundida com a proibição de usar meios de massa para a apologia ao crime ou à intolerância. Quando se fala de controle social dos veículos de comunicação alguém grita “censura!” no fundo da sala. Se feito com motivos políticos, preventivamente ou com a velha segunda intenção, acredito que o grito tenha razão. Mas vale a pena refletir se não é melhor termos uma instância democrática e não controlada pelo Estado para acompanhamento do que é produzido e veiculado do que torcer para uma metralhadora verbal atingir alguém fino, da mais alta classe social, amigo de alguém, para ser reajustada ou desligada.


leia mais em
O politicamente incorreto só é errado quando atinge os ricos

Assista o vídeo da discórdia

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nem o povo dos EE.UU. aguenta mais!!

Imagem e Ação
Desde 17 de setembro, manifestantes estão acampados em Wall Street, a bolsa de valores dos EUA. Inspirados pelos levantes em outras partes do mundo, os americanos pedem uma democracia real e criticam o sistema financeiro e o capitalismo. Na foto, o cartaz afirma: Emprego é um direito. O capitalismo não funciona. (Foto: David Shankbone/Flickr)

sábado, 24 de setembro de 2011

Comida é Arte e Lucro

Paulo Miklos do Titãs disse na abertura do Rock in Rio: "Não queremos só democracia; queremos o fim da corrupção". Assistindo a isso do quarto dos meu filhos, por um segundo pensei "eu gostaria de estar lá refletindo sobre isso ao vivo", mas no segundo seguinte caí na real e pensei "esse cara tem razão". Muitas atitudes cotidianas em nossa cultura remetem a uma ação que incita ou corrobora o conceito de corrupção. O próprio jeitinho brasileiro se relaciona ao jeitinho da corrupção, que não é só dos políticos. O jargão " o mundo é dos espertos", não remete à corrupção? Furar fila, fraudar a carteirinha de estudante, mentir para se dar bem, "rolar o caroço" e otras cositas más não é corrupção? Se todos podemos ser corruptos por um minuto, não poderemos negar, isso é uma mazela endêmica em nossa sociedade. Talvez de nossa raça.
Paulo Miklos disse essas palavras antes de cantar a música "Comida" juntamente com Hebert viana. A letra da canção diz:
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Como artista (que certamente sobrevive muito bem com os proventos deste e de outros shows), ou seja, indivíduo intuitivamente bem dotado, será que ele quer dizer que a felicidade é apenas a metade daquilo que o dinheiro pode comprar? O que seria a outra metade? O que é certo é que nenhuma das minhas duas metades teve condições (apesar de muito desejar) de ir a este festival...
Ainda assim, Viva o Rock!! Viva sua capacidade de gerar revolta e ação! Viva o Rock'n'Rio!! Mesmo gerando lucro à revelia de um mundo melhor.

Para ilustrar com (muito) humor e rock'n'roll (kkkkkkkkkk!) esse raciocínio observar



extraído de http://buldozer.blogspot.com/
Leozão, ducaralho.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ANIVERSÁRIO

Obrigado a todos que me saudaram em virtude do meu aniversário. Bruno, o seu foi o melhor. Valeuzão!!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ANIVERSÁRIO SAMIR EM 17/09


Convido a todos para comemorar comigo mais um aniversário neste próximo sábado, às 19:00 no bar da Devassa, Pontão Sul. Gostaria de contar com sua presença para trocarmos aquela ideia e estarmos juntos mais uma vez... Grande abraço e até lá!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sobre 11/09

Havia alternativa? Chomsky revisita o 11 de Setembro
A resposta ao 11 de Setembro, um ataque maciço a uma população muçulmana, conduziu os Estados Unidos à 'armadilha diabólica' estendida por Bin Laden. O resultado foi que Washington continuou a ser o único aliado indispensável de Bin Laden, mesmo após a sua morte. Gastos militares grotescamente aumentados e dependência da dívida... pode ser o mais pernicioso legado do homem que pensou que poderia derrotar os Estados Unidos. O artigo é de Noam Chomsky.
Noam Chomsky

sábado, 10 de setembro de 2011

Esporte Escolar e Socialismo?



As Olimpíadas Escolares, evento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que reúne milhares de atletas-estudantes de todo o Brasil está ocorrendo neste momento em João Pessoa-PB, e o Distrito Federal está sendo representado com, aproximadamente, 350 competidores. Eu e meus amigos de trabalho trabalhamos exaustivamente para que essas crianças de 12 a 17 anos juntamente com seus técnicos e famílias pudessem viver esse momento de lazer e autoestima, já que não é qualquer um que veste a camisa de um estado e representa-o nacionalmente. Essa história será contada por todos eles por um bom período de suas vidas, senão por toda ela.
Esse deleite é patrocinado pela Secretaria de Educação do DF, organizado pela DIDESC. Temos os Jogos Escolares como um instrumento de educação e formação humana, no sentido de construir no jovem educando valores mais nobres e integrais, que como sabemos, nem sempre o esporte proporciona. Basta observar toda a maracutaia, violência e desonestidade praticada por alguns dirigentes, atletas ou torcedores...
Nosso desafio fundamental, entendo, é propiciar aos alunos das escolas públicas do DF maiores chances de participar deste evento, se não como uma oportunidade de lazer e autoestima, talvez como uma perspectiva de ascensão social (empregabilidade mesmo). Atualmente a maioria dos competidores é composta por alunos-atletas das escolas particulares. Pessoas que, pela condição socioeconômica, possuem outra perspectiva de empregabilidade. Deste grupo, alguns poucos são bolsistas. Para esses, voltemos à proposição inicial deste parágrafo....
De fato, acredito que a perspectiva do esporte educacional, e da educação física escolar em suas diversas linguagens e manifestações deve contemplar aquilo que é transmitido no vídeo acima. Independentemente da intenção final, lazer ou perspectiva social, ele deve ser reconhecido como um direito de todos e prática social salutar e humanizadora. Mas práticas sociais democráticas e humanizadoras são práticas de socialismo?
Sim!!!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Receita Culinária


Receita Culinária: Para a massa junte Articulação (principalmente), junte outras correntes internas e partidos de esquerda, amasse bem. Recheie bastante com Coalisão. Salpique com ideologia à gosto. Vá fritando em óleo morno, e quando o óleo estiver bem quente e respingando em você retire e saboreie. A Sobremesa deve ser servida fria.
Hauahauahuahua!!!
Se der azia ou indigestão, favor me indicar um remédio...
Invertendo essa lógica: A massa, ideologia, o recheio a política e a coalisão.... se muito, o salpico. Que nosso pão seja sempre advindo de nosso trabalho.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Almécegas Virtual

Esta é a primeira postagem em meu blog. Sou um blogueiro totalmente aventureiro e calouro, e este foi criado no intuito de propiciar aos meus pensamentos um refúgio seguro, pois a escrita é para meus pensamentos um ancoradouro em um oceano de devaneios. Para todos aqueles que me dão o privilégio de ler essas palavras acredito que não é necessária uma apresentação formal ou depoimento autobiográfico do tipo frívolo, como em outras redes sociais. Tudo isso está em meu perfil. E as pessoas que ainda não me conhecem, ou que possuem a curiosidade de compreender melhor meus pensamentos talvez obtenham dicas no decorrer das leituras de minhas postagens, caso a presente e as que se sucederão façam merecer a leitura das demais. Uma definição frívola, praticamente uma calourice blogueira, para não dizer que fujo totalmente à regra: sou apenas humano, em amplas percepções. Dialético: contraditório e sintético. Minha palavra escrita é muito mais eloqüente que minha palavra dita, se é que esta já fora.
Atualmente vivo um momento ímpar em minha vida, em especial a profissional. Tenho tido o desafio de trabalhar na Diretoria de Educação Física e Desporto Escolar, na SEDF. Um verdadeiro e agradável desafio, pois todos os que me conhecem no âmbito profissional sabem de minha dedicação à causa da Educação Física crítica, humanizadora, politizada, contextualizada com a causa da transformação social. E quem trabalhou comigo sabe que em determinado momento acabei pagando o preço por trabalhar assim. Sempre paguei. E neste momento, trabalhando entre amigos, me encontro diante do desafio de levantar meus ideais profissionais a patamares onde ainda não tinha imaginado, ou seja, a toda uma rede de ensino. É um privilégio. Comentei com meu pai que estar ali para mim seria como uma promoção em meu trabalho. Realmente penso assim, não fui conduzido até lá como anteriormente se praticava, por conveniência e subserviência política. Esse estigma histórico que, penso eu, recai sobre todos que lá estão não assola a mim nem às pessoas as quais me refiro como amigos.
Hoje dimensiono que a sala de aula, funcionalmente falando, é um refúgio na SEDF. Comodidade. E após 10 anos de prática docente em sala de aula, ao sair dela, ouso dizer que passei pelo umbral antes de aqui chegar. Será assim a morte física? Uuhhhgg! É preciso rezar mais.
O desafio de ser crítico, inconformado, encrenqueiro, insubordinado, e outros adjetivos pelos quais fui alcunhado nos últimos anos é maior agora, pois essa atitude contra o senso-comum foi o que me conduziu até aqui, e a responsabilidade de catalisar esse sentimento em ações produtivas me motiva. Trabalhar com o desporto escolar, jogos escolares, de me “reinventar” para uma nova perspectiva de Educação Física é desafiador e motivante. E revitalizador também.
Sou flamenguista. Gosto de cerveja e de rock. Embora rótulos e estigmas me incomodem, mais pelo fato das ideias pré-concebidas que elas embutem do que pelo sentimento de ser aquilo, carrego esse ferrete. Por exemplo: me criei flamenguista, de coração, apaixonado. Já fui fanático, adolescente sem noção, vazio, xiita. Mas o ser humano muda, evolui, não posso aceitar esse estigma para sempre. Gosto de futebol. Amo o flamengo. Não sou burro, compreendo toda a bandalheira que existe, mas opto por esse sentimento. O mesmo digo da cerveja e do rock’n’roll. Vamos nos aperfeiçoando, e o preconceito arraigado torna-se repugnante à medida em que nos enxergamos nele. Compreendo, hoje em dia, por que só recebia presentes de aniversário que tivessem haver com flamengo ou cerveja... Faz parte. É difícil enxergar isso, amizade, mas ao enxergar, é necessário agir. Em tudo na vida.
Reinventar é uma boa tese. Eu como pai e marido preciso me reinventar, redescobrir, reprojetar a todo instante. As pessoas que mais amo na vida merecem isso. Precisam disso. O ineditismo de cada situação, em especial na criação dos filhos, cada fase, cada birra, cada nova palavra ou expressão, novo gesto, é fascinante. E desafiador para quem é perfeccionista. A maior dificuldade do perfeccionista é ser- humano. O fato concreto é: meu mundo gira em torno deles. E eu gosto.
Encerrando essa primeira postagem, refiro-me à cachoeira que ilustra o fundo da página, Almécegas na Chapada dos Veadeiros, meio caminho entre Alto Paraíso e São Jorge. Este é o lugar que penso quando as coisas estão difíceis, o lugar onde quero estar quando não quero estar onde estou, onde recebo o abraço e o acalento de minha protetora materna do mundo espiritual. Tudo se reparte em antes e depois de Almécegas; quando lá estive pela primeira vez, uma voz feminina pareceu sussurar: “enfim você chegou meu filho”. Um dos lugares mais maravilhosos para se estar.
Que todos possam encontrar “sua Almécegas”, seja em uma localidade geográfica, em um ambiente acalentador, ou em alguma(s) pessoa(s) querida(s). E que o Maior também por lá esteja.
Abraços.